Claudiney Souza assumiu a liderança nas PCC nas ruas de Minas Gerais, quando o antigo líder e o matador do grupo foram presos em São Paulo
O inquérito segue com efeito dominó, em que a descoberta de uma peça leva, automaticamente, à queda de outra. Não deu tempo de 'Gegê' e 'Paca' se livrarem de comparsas, imóveis, veículos, rastros e de todo o esquema que haviam montado aqui. Agora, mais do que nunca, a Polícia está mais próxima de desvendar os caminhos do crime organizado no Ceará.
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Uma das descobertas recentes mais importantes dos investigadores é que nem só as duas vítimas eram "figurões" do PCC morando no Ceará. Mais um membro do alto escalão da maior facção criminosa do País, morava em Fortaleza: Claudiney Rodrigues de Souza, o 'Cláudio Boy', 36, um dos principais nomes da organização em Minas Gerais, foi preso pela Polícia Federal (PF), na última segunda-feira (19), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, ainda a bordo do voo que saiu da Capital cearense.
O homem foi algemado e retirado de dentro do avião por agentes federais. O criminoso deixou Fortaleza apenas três dias após o achado dos cadáveres de 'Gegê do Mangue' e de 'Paca'. De acordo com a Polícia Federal de Minas Gerais, Claudiney Souza era foragido da Justiça mineira e integrava a lista de procurados da Interpol. Contra ele, havia sete mandados de prisão em aberto, expedidos por Varas da Comarca de Belo Horizonte, pelos crimes de homicídio e tráfico internacional de drogas.
'Cláudio Boy' estava utilizando documentos falsos para abrir empresas, e se estabelecer como empresário e adquirir bens em Fortaleza, além de realizar inúmeras viagens pelo Brasil e até para o exterior, segundo a PF. O foragido tinha documentos com vários nomes diferentes, para facilitar a vida de 'fachada' que levava no Estado. Nas redes sociais, ostentava uma vida de luxo frequentando barracas de praia e a noite de Fortaleza. Era amigo de empresários da Capital. O traficante circulava no Ceará há, aproximadamente, seis anos.
"A prisão é resultado de minuciosa investigação realizada pela PF, como representação da Interpol no Brasil. A investigação contou com o apoio da Agência de Imigração Americana Immigration and Customs Enforcement (ICE) e da Inteligência da Polícia Civil de Minas Gerais", informou a PF.
A PF acrescentou que a investigação aponta que, mesmo foragido, 'Cláudio Boy' seguia atuando em operações relacionadas ao tráfico internacional de drogas, o que podia estar sendo feito direto do Ceará, conhecido como um ponto estratégico para o tráfico.
'Missão'
Uma fonte da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que atua nas investigações, disse que o criminoso pode ter recebido a 'missão' de agenciar a morte de 'Gegê' e 'Paca'. "O PCC é realmente muito organizado e tem uma hierarquia definida, mas o líder máximo não se ocuparia de planejar execuções. Ele reúne a sintonia geral final, que é um espécie de conselho que toma decisões, e resolve o que vai ser feito. Depois disso, delega a 'missão' a alguém. Nesse caso, pode ser que o 'Claudiney' tenha recebido a missão de arquitetar as mortes. Se não tivesse implicado de alguma forma, não teria fugido", afirmou.
Conforme o investigador, os passos dos membros do PCC estão sendo refeitos no Ceará, para esclarecer se eles movimentavam algum negócio em comum, legal ou ilegal; se frequentavam as casas uns dos outros; se aparentemente eram amigos. Até o momento não há confirmação de como as vítimas foram convencidas a entrar na aeronave, que os levou até a reserva indígena de Aquiraz, onde foram mortos.
Histórico
Claudiney Souza assumiu a liderança nas ruas do PCC em Minas Gerais quando o antigo líder, Ângelo Gonçalves de Miranda Filho, o 'Pezão'; e o matador do grupo, Bruno Rodrigues de Souza, o 'Quem-Quem', foram presos, em São Paulo, no ano de 2011. A dupla integrava a lista dos 12 criminosos mais procurados de Minas Gerais.
Na semana seguinte, a Polícia chegou a Fábio Silvano Alves Azevedo, o 'Fabinho', que era tido como o homem de confiança de 'Cláudio Boy'.Desde aquele momento, há mais de seis anos, Claudiney Souza se tornou o alvo principal dos investigadores, mas deixou seu Estado de origem e encontrou refúgio no Ceará.
Fonte: DN
Fonte: DN
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